O Hotel abandonado das 7 Cidades
Em 1977, a empresa Indústria Açoriana Turístico-Hoteleira (IATH), com acionistas franceses e belgas, foi criada para investir no mercado turístico dos Açores e queriam construir dois hotéis de luxo na ilha de São Miguel: um nas Sete Cidades, o Monte Palace; e o outro em Água d’Alto, o Bahia Palace. O investimento total para a construção das duas unidades hoteleiras foi de 2 mil milhões de escudos (cerca de 10 milhões de euros).
O primeiro a abrir foi o Bahia Palace, inaugurado em 1984, mas também foi um fracasso: abriu e fechou duas vezes, até reabrir como um quatro estrelas em 2003. Depois, foi a vez do Monte Palace abrir as suas portas aos hóspedes em 1989.
Em tempos, foi considerado o hotel mais luxuoso dos Açores. Com cinco estrelas, ficava mesmo em frente à Lagoa das Sete Cidades, tinha cinco andares e 88 quartos, incluindo uma suite presidencial, quatro suites de luxo, quatro quartos duplos com salão, 27 quartos duplos e outras 52 suites. Além disso, tinha ainda dois restaurantes: Dona Amélia Grill e o restaurante D. Carlos, que receberam os nomes para homenagear o rei e a rainha de Portugal, que visitaram as Sete Cidades no verão de 1901.
Dentro do hotel existia ainda três salas de conferência, cabeleireiro, tabacaria, banco, discoteca, café, um bar e até um corredor com vitrines cheias de souvenirs. Fafá de Belém, inclusive, foi lá cantar no dia da inauguração, em 1989. Mal sabia a cantora que, dali a 18 meses, o hotel iria deixar de receber hóspedes.
Fechou portas na mesma semana em que recebeu o prémio de melhor hotel de Portugal. O edifício, com uma arquitetura que integrava perfeitamente no meio envolvente, de cores neutras, abriu falência em 1991. Após fechar, estiveram sempre presentes um vigilante no local e cães de guarda todos os dias, durante 20 anos, para evitar o vandalismo. Em 2011, o edifício deixou de ser vigiado e o roubo foi imediato. Móveis, portas, carpetes. Levaram tudo, até os elevadores.